sábado, 26 de dezembro de 2009

Critica: Avatar

Filme: Avatar
Direção: James Cameron
Roteiro: James Cameron
Elenco: Sam Worthington, Michelle Rodriguez, Nativos Na`vi do planeta Pandora(CGI)
Ano de lançamento: 2009
Duração: 160 min.
Classificão indicativa: 14 anos

Muito se falou sobre esse filme.Altas expectativas, promessas de uma revolução no cinema...Bom, tem sim algo de revolucionário em Avatar.É uma pena que sejam apenas os efeitos visuais.

O filme acompanha Jake Sully, fuzileiro naval paraplégico que vai para o planeta distante Pandora ajudar o exército norte-americano a extrair minerais preciosos.Para isso ele entra mentalmente e manipula o corpo de um nativo do planeta para infiltrar-se.

É, uma premissa bem interessante, porém mal aproveitada por um roteiro digamos no mínimo...decepcionante.O filme começa devagar, diálogos que não impolgam, má direção de atores...enfim, decepciona já nos minutos iniciais.Logo somos transferidos para o distante planeta.Tudo é jogado na tela de forma direta.Cameron constrói o filme e solidifica a base para depois explorá-la, mas a edificação do enredo poderia ser melhor.Sem dúvida alguma.Poderia ocorrer um pouco mais lenta, mais trabalhada.Talvez se conhececemos os Na`vi antes da exploração humana, ou quem sabe se houvesse algum motivo maior do que dinheiro para a extração do mineral de Pandora.
Em alguns minutos Sully(Worthington) manipula seu "avatar" conhece a tribo dos nativos e dai em diante é surpreendente o número de previsibilidades.Situações com diálogos previsíveis, reações previsiveis e o que mais você imaginar de previsivel.Além, é claro de um sem fim de clichês já batidos (desde discursos moralistas até a pífia redenção).

Mas e o que então resta do novo filme de James Cameron?Bom, os efeitos em CGI.Que, diga-se de passagem são realmente revolúcionários.Aonde os nativos Na`vi realmente expressam emoçoes nunca vistas por um "ser" feito de computação gráfica.Os avatares e as cenas do planeta Pandora são realmente o ponto alto do filme.Já que as atuações são fraquíssimas.De todo o elenco, sem exceções.

Cameron faz ótimas angulações e melhora a direção no decorrer do filme, perdendo-se em poucos momentos(vide as terríveis câmeras lentas).No mais o filme é sem dúvida um bom divertimento.Se ele leva o Oscar? Eu acho que não(e torço incansavelmente que não).Provavelmente será indicado a melhor filme e direção e levará para casa o de efeitos visuais e talvez o de direção de arte.Se você não liga para um final previsível e chato, e dá lugar a efeitos visuais estonteantes, vá correndo para o cinema.Se não, vá ver por sua própria conta e risco.

domingo, 15 de novembro de 2009

Crítica: Fellini 8 e 1/2 (8 1/2)

Filme: Fellini 8 e 1/2
Título original: 8 1/2
Direção: Federico Fellini
Roteiro: Federico Fellini, Ennio Flaiano
Elenco principal: Marcello Mastroianni, Claudia Cardinale, Anouk Aimeé
Ano de lançamento: 1963
Duração: 138 min.
País: Itália
distribuição em dvd video no Brasil por Versátil home video e Continental video.
indicações ao Oscar (Academy Award): Melhor filme estrangeiro (vencedor), Direção, Melhor Figurino em preto e branco (vencedor), Melhor direção de arte, Melhor roteiro original.
Classificação indicativa: 14 anos

Um filme no mínimo genial.É assim que podemos definir 'Fellini 8 e 1/2'.A trama do filme acompanha um diretor de cinema (interpretado por Marcello Mastroianni), que vive uma crise de inspiração e enquanto sofre com uma doença no fígado faz tratamento em uma fonte de aguás onde ali ele relembra fatos de sua vida e busca alguma inspiração.Bom o filme é sem dúvida alguma uma aula de cinema em todos os aspectos, desde a direção até a sensacional trilha sonora de Nino Rota (sim o mesmo compositor do célebre "theme from godfather").O filme se inicia como se fosse um sonho (pesadelo) com Guido(Mastroianni) dentro de um carro sendo sufocado, onde todos o observam sem fazer nada.Apenas o veem morrer, admirados.Nisso, Fellini nos mostra sua genialidade na comunicação imagética cinematográfica onde vemos o personagem impotente com a situação, sozinho, e tudo como um espetáculo voltado para o público que apenas admira a sua morte culminando em uma cena final que não sairá da minha mente tão cedo assim.No mais o filme também conta com uma sensasional trilha sonora de Rota que é inspiradora, a cena em que Guido chega a fonte de águas e Fellini com um leve passear de sua câmera define sem palavras os hóspedes do local e tudo isso ao som de "A cavalgada das Valquírias" de Wagner é realmente sensacional, e em seguida outra cena mais memorável ainda.Fellini esbanja inspiração em cada tomada, com movimentos suaves da câmera, muitas vezes até imperceptíveis (embora o título seja esse por falta de inspiração para um título melhor) onde coloca tudo em planos realmente icorrigíveis.Cada plano é de admirável beleza em sua composição e posicionamento da câmera, onde muitas vezes usa o close no rosto dos personagens simplesmente genial.O roteiro não podia ficar por menos, cada diálogo é essencial e indispensável com uma simples bricadeira sobre a produção de um filme.O filme ainda critica a repressão e influencia da igreja católica na arte de forma quase intríseca utilizando-se de poucos dialogos e mais imagens para a leitura.Além é claro da memórias do personagem que são como capítulos de sua vida que são realmente fantásticos que nos faz despertar um verdadeiro sentimento de nostalgia.A infância, as sua mulheresc e a educação católica são os principais temas.É com absurda destreza que Fellini tanto no roteiro como na direção constrói o filme de maneira simples, porém genial.As divagações do personagem (assim como todo o filme) beiram a verdadeira perfeição cinematográfica como instrumento de arte.O elenco está perfeito, Mastroianni esta exemplar e todos convencem muito bem.O filme é praticamente perfeito, não há erros, icorrigível.Desde a fotografia até a direção de arte colabora para este verdadeiro tesouro da sétima arte.Tudo isso e mais um pouco culminam em um final
memorável, simplesmente inesquecível que merece aplausos.O filme levou 2 Oscar e uma Palma de ouro no festival de Cannes.É uma pena Fellini ter perdido o Oscar de melhor direção para Tony Richardson por 'As aventuras de Tom Jones' no Oscar de 1964.Mas como dizem, o tempo faz justiça a arte.Tanto que '8 e 1/2' foi eleito em 2002 pelo Instituto Britânico de cinema por meio de uma pesquisa realizada entre diretores de cinema como o 3º melhor/mais influente filme de todos os tempos.Perdendo apenas para 'Cidadão Kane' (em 1º) e 'O poderoso chefão' (em 2º).Fellini era um gênio.'Fellini 8 1/2' além de genial é um filme quase autobiográfico de um cineasta que fazia cinema não pelo dinheiro, mas pela arte, "(...)seguir esta inclinação natural, a contar histórias por intermédio do cinema, histórias que fazem parte da minha natureza e que gosto de narrar numa inextricável mistura de sinceridade e de invenção, de vontade de chocar, de me confessar, de ser a moral, o profeta, a testemunha, o palhaço... de fazer rir e comover. (...)" (trecho do livro 'Fazer um filme', de autoria do próprio Fellini).Sem dúvida um dos mais belos filmes já produzidos.Obrigatório para qualquer um que goste pelo menos um pouco de cinema.Nota máxima para um clássico mais que absoluto da sétima arte.Gostaria de falar mais sobre o filme mas duvido que alguém ainda tenha saco de ouvir tantos elogios (merecidíssimos diga-se de passagem).Fica aqui então a expectativa para o musical 'Nine' dirigido por Rob Marshall (Chicago) baseado no clássico de Fellini, que estreia em 29 de janeiro aqui no Brasil.Contando no elenco com Daniel Day-Lewis, Penélope Cruz, Nicole Kidman e Sophia Loren.Resta saber se fará jus ao filme original...

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sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Janela indiscreta (Rear window)

Filme: Janela indiscreta
Título original: Rear window
Direção: Alfred Hitchcock
Elenco principal: James Stewart, Grace Kelly, Wendel Corey
Roteiro: John Michael Hayes
Ano de produção: 1954
Minutagem: 112 min.
Classificação indicativa: 14 anos

Um dos mais célebres filmes do "mestre do suspense" Alfred Hitchcock.E provavelmente o mais famoso se não fosse por "Psicose".Hitchcock conta a história do fotógrafo L.B. Jeffries que após quebrar a perna sente-se entediado em seu apartamento e começa a espionar os vizinhos.Hitchcock consegue provar já nos minutos iniciais que era sem dúvida alguma um gênio.O filme além de uma aula de direção, com destaque já no primeiro plano das cortinas se abrindo até uma das primeiras tomadas do apartamento de Jeffries, em que o diretor consegue nos mostrar a personalidade do personagem de James Stewart apenas com um travelling por seu apartamento.É uma aula de suspense indiscutível.Onde consegue prender a nossa atenção de apenas um único cômodo!Nós não saímos do apartamento do fotógráfo e vemos o que ele vê (exceto em um plano), assim Hitchcock associa brilhantemente o cinema ao voyeurismo onde os espectadores do filme são na realidade voyeurs.Que por sua vez busca entretenimento por meio da vida de personagens fictícios sem que eles saibam.O elenco esta ótimo, com um James Stewart inspirado e uma Grace Kelly em uma de suas melhores atuações como a noiva de Jeffries.Além é claro da empregada interpretada por Thelma Ritter, que dá um humor na medida certa, não deixando assim o filme tão sério.Nós conhecemos no decorrer do filme a vida de vários personagens, uma bailarina, um compositor, uma mulher solitária e um vendedor de jóias que não se dá bem com a mulher.Esse vendedor é aparentemente o culpado por um assassinato que é investigado por Jeffries (e nós) de seu apartamento.Tudo isso é auxiliado pela otima fotografia de Ronert Brurks que utiliza de maneira hábil o tecnicolor da época, com ótimos contrastes.A trilha sonora de Franz Waxman também complementa o filme, com grandes músicas como 'that's amore, as músicas chegam a ser sarcásticas em vários momentos do filme.
Hitchcock se sente a vontade e faz um passeio pela vizinhança de forma formidável com a câmera.Utiliuzando muito do travelling com elegância e o timming perfeito para cada tomada.O roteiro é genial, com diálogos simples porém de grande importância para a construção dos personagens.Até um clímax final que é sem dúvidade alguma um dos finais mais bem filmados da história do cinema.Janela indiscreta é sem dúvida alguma um grande estudo de personagens, do cinema como instrumento do voyeurismo, e uma obra obrigatória para qualquer um que tenha a mínima noção do que é cinema.

Corrida mortal (death race)


Filme: Corrida mortal
Título original: Death race
Direção: Paul W.S. Anderson
Roteiro: Ib Melchior, Charles B. Griffith, Robert Thom, Paul W.S. Anderson
Elenco principal: Jason Statham, Ian McShane
Ano de produção: 2008
Classificação indicativa: 14
Corrida Mortal é um típico filme para pessoas sem a mínima noção do que é o bom cinema.Vou cortar a conversa e ir direto ao assunto: o filme é terrivelmente ruim.Além de uma ação desenfreada sanguinária e sem justificativa, como se não bastasse ele tem um péssimo elenco.Jason Stathan tenta ser o cara bonzinho mas malvadão como em todos os seus filmes.Aqui ele é um policial que é preso injustamente e para sair de lá tem que vencer a tal "corrida mortal" que é trasmitida pela internet.Nisso ele faz amizade com o prisioneiro veterano, o ajudante nerd, e o latino americano para juntar forças contra uma terrivel ameaça: a diretora do presídio que tem um ajudante acéfalo.Logo uma violência exagerada e desnecessária toma conta da tela.Na corrida os carros tem um tipo de desbloqueio no estilo "mario kart".Isso por si só já seria péssimo.Mas não, temos vinhetas de corrida, colocação dos pilotos, chefe de fase...e por aí vai.Além de atropelamentos péssimos e cenas de ação tão ruins que precisam ser repetidas três vezes cada uma para mostrar o que aconteceu.Além disso tudo a direção tenta faz um sem-fim de cortes.Cada tomada deve ter no máximo 10 segundos e um zoom horrível.O filme é totalmente previsível, e tenta com todas as forças tornar-se imprevisível no fim mas erra feio.É, corrida mortal é sem dúvida alguma um péssimo filme, que consegue agradar facilmente quem se contenta com ação desenfreda, sem justificativa, sanguinária e um roteiro ruim.

Anjos da noite: a rebelião (underworld: rise of lycans)

Filme: Anjos da noite: a rebelião

Título original: Underworld: rise of the lyncans

Ano de produção: 2008

Direção: Patrick Tatopoulos

Elenco principal: Michael Sheen, Bill Nighy

Roteiro: Len Wiseman, Danny McBride, Dirk Blackman, Howard McCain, Robert Orr

Minutagem: 92 min.

Classificação indicativa: 16 anos



Nunca gostei da franquia.Sempre achei fraca e por vezes forçada.Muito se disse e pouco se fez com esse novo "Underworld"...O filme é (muito)ruim por vários motivos.Vamos voltar alguns anos e relembrar um poucos seus antecessores.Os dois primeiros perdiam tempo com cenas de ação com um mínimo de efeito "matrix" com tiros, balas e efeitos sonoros.E é claro, uma fotografia que tentava ser sombria.Além de efeitos visuais fraquíssimos.O terceiro filme repete os erros do passado.Só que com uma maior acentuação.O roteiro do filme se baseia naquela história da velha briga entre vampiros e lyncans que surgiu no período medieval.Nisso já imaginamos como será o fim do filme.Pois, por que vou querer saber o resultado dessa "rebelião",se nos anteriores nós ja sabiamos o que ocorreu no passado?Além disso o filme perde tempo com cenas e diálogos desnecessários.Além de tentar fazer um Shakespeare...Enfim, além de previsível o roteiro também é desnecessário.A fotografia é muito, mas muito ruim mesmo.Ao invés de ter o tom azulado dos anteriores ela é quase que um breu completo!As atuações são terrivelmente péssimas, exageradas.Em toda cena Michael Sheen tenta repetir a mesma expressão (cara bonzinho com pinta de malvado), além de se especializar em caretas.A direção de Patrick Tatopoulos tenta fazer um ritmo alucinado na maioria das cenas.E fracassa feio.Os efeitos visuais dos lobisomens, castelos imensos e etc. é péssimo.Os lobisomens (quer dizer, Lyncans) parecem saidos diretamente daqueles jogos de aventura de videogame.O filme tenta ganhar o público com as batalhas no estilo medieval, muito mal explorado por sinal.O filme não consegue criar o "clima" necessário para o assunto.Trocando o mistério por cenas de ação fajutas no melhor estilo "chove não molha".Além de um final que é risível.O diretor ( depois de uma grande falha no filme) utiliza de um zoom em travelling péssimo até uma conclusão pífia.Sim, 'anjos da noite: a rebelião' é muito ruim.Mas deve sem dúvida alguma agradar os fãs da franquia e de ação barata.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

X-men origens: Wolverine ( X-men origins: Wolverine)


Filme: X-men origens: Wolverine
Título original: X-men origins Wolverine
Ano de produção: 2008
Direção: Gavin Hood
Elenco principal: Hugh Jackman, Ryan Reynolds, Liev Schreiber
Roteiro: David Benioff, Len Wein (personagens)
Minutagem: 107 min.
Classificação indicativa: 14 anos
Lá vamos nós em mais um filme de super-herói baseado em quadrinhos.Pra falar a verdade isso já virou folia.Tudo começou quando os estudios no ano de 2001 resolveram fazer o famigerado "Homem-aranha".Aproveitando assim a revolução nos efeitos especiais iniciados principalmente com a evolução da computação gráfica nos anos 90.Logo não demoraria para que os efeitos fossem capaz de convencer as pessoas do surreal.Assim criou-se um modo fácil de ganhar dinheiro.Basta ter efeitos de computação gráfica, explosões, super seres e pronto!Um novo blockbuster!Vide o primeiro "Matrix" que revolucionou os efeitos especias no fim da década passada.Se preocuparam com o roteiro do primeiro "Matrix" e esqueceram dos outros dois, que se transformaram em um "show de efeitos" visuais e sonoros sem um roteiro coerente.Depois disso veio o aracnídeo que ganhou mais duas sequências fracas.Porém campeãs em bilheteria.Então os super-heróis tomaram conta, veio a "Liga Extraordinária", "X-men"(com três sequências), "Batman Begins" tirando o morcego das cinzas e o retorno do "Superman".Desses apenas "Batman Begins" e sua continuação receberam uma melhor atenção dos roteiristas.Essa foi a era dos super-heróis no cinema, atingindo seu apice em "o cavaleiro das trevas"(que é realmente bom), no mais foi tudo uma grande jogada de marketing.Wolverine é resultado de tudo isso.Tudo tirando a atenção do roteiro.O personagem foi criado inicialmente como um anti-herói de uma revista do "Hulk" na década de 70.Ganhou sua própria revista e fez enorme sucesso por ser um "badboy".No inicio da década de 2000 ele que não tinha um passado ganhou uma minisérie em quadrinhos entitulada "wolverine origens".Nessa história lançada no Brasil em três edições contava a história do personagem com uma grande carga dramática.Que por sinal era bem legal.Ele perdia a família a esposa e tudo o mais tudo em resultado de suas brigas.Achei que o filme iria se basear nela ja que tinha quase o mesmo título.Me enganei.O filme é muito pior.Ele modifica muito a história do personagem sem necessidade.Tudo no filme tem um único objetivo: desenvolver ação desenfreada e sem justificativa aparente.Foi eliminado toda a carga dramática.O filme conta com um roteiro péssimo, com diálogos pífios, falhas, previsível e cenas de ação forçadas.Tudo no filme é ruim.A direção perde tempo com cenas dispensáveis. Além é claro da má construção de personagens ao longo do filme.Sem contar a desnecessária aparição de Gambit e outros mutantes que pouco alteram o filme.Os créditos iniciais são realmente patéticos, utilizando sem necessidade a câmera lenta.Efeitos visuais terrivelmente ruins, que chega realmente a ser um absurdo gastarem milhões com eles.Hugh Jackman é definitivamente um mal ator, sua expressão do personagem é extremamente exagerada.Assim como todo o elenco.Nos minutos finais o filme tenta criar uma reviravolta no roteiro.Mas não funciona.Ao todo podemos resumir "x-men origens: wolverine" como um filme de ação desenfreada de olho nos lucros.Um típico filme para pessoas sem a noção do que seria a sétima arte.Ele provavelmente agradará os fãs de ação com o mínimo de inteligência.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

O sol é para todos (To kill a mockingbird)



Filme: O sol é para todos

Título original: To kill a mockingbird

Ano de produção: 1961

Direção: Robert Mulligan

Elenco principal: Gregory Peck, Robert Duvall, Rosemary Murphy

Roteiro: Harper Lee (romance literário), Horton Foote
Minutagem: 129 min.
Classificação indicativa: 10 anos


O filme levou 9 indicações para o prêmio Oscar.Incluindo melhor filme, direção e ator.Perdendo os de filme e direção para o excelente 'Lawrence da Arábia'.Uma derrota justa.Embora 'O sol é para todos' (péssimo título em português) seja um ótimo filme, não é melhor do que o clássico de David Lean.Por muitos motivos.'O sol é para todos' conta a história do advogado Atticus que tenta provar a inocencia de um negro que teria violentado uma mulher.E paralelamente a história dos dois filhos do advogado que investigam a vida do vizinho.Gregory Peck (o advogado Atticus) levou para casa a estatueta de melhor ator pela sua atuação.Injustamente.Embora ele nos convença por boa parte do filme (principalmente no tribunal) em varios momentos sua atuação fica um pouco apagada.O trio mirim está morno, as crianças parecem bonecos de cera, em poucos momentos as atuações mirins se salvam.A direção de Robert Mulligan tem cautela e não inova.Ela conduz o filme de modo um pouco "frio" utilizando pouco do travelling e exgeradamente o zoom no tribunal e tenta criar um "clima" de suspense que funciona mas não muito.Mas mesmo assim a direção não chega a prejudicar o filme.O que realmente salva o filme é o roteiro.Com bons diálogos e consegue levar a história para um final emocionante.O roteiro também cria um certo suspense em torno da figura do misterioso vizinho 'Bu', que embora seja notável, acaba perdendo o clima no decorrer da história.Isso por sua vez acaba tirando a atenção do tema central que seria o julgamento.Porém o ritmo cai um pouco na metade, mas toma fôlego no fim.Também tem algumas (poucas) cenas dispensáveis.O título em português acaba prejudicando um pouco a idéia do julgamento, já que no original seria algo como "mataram um rouxinol" e não "o sol é para todos".Mesmo com alguns erros "O sol é para todos" é um ótimo filme.

domingo, 2 de agosto de 2009

Velozes e furiosos 4 (fast and furious)


Filme: Velozes e Furiosos 4
Titulo original: Fast and Furious
Ano de produção: 2008
Direção: Justin Lin
Elenco principal: Vin Diesel, Paul Walker
Roteiro: Chris Morgan
Minutagem: 107 min.
Classificação indicativa: 14 anos

Já aviso que não vinha com grandes expectativas para esse filme.Porém não tão baixas quanto ele realmente é.O filme como você ja deve saber é baseado naquela história sem graça e ja batida de carros "tunados" em corridas ilegais.O 'velozes e furiosos' original também é ruim, mas nem tanto como esse.Ele é tão ruim que chega a ser risivel!Dessa vez a franquia tenta voltar com o ator Vin Diesel.Uma jogada óbvia para retomar os fãs perdidos.A premissa do filme porém tentou mudar de ramo.Depois das corridas ilegais eles agora além de roubar cargas tentam também transportar coisas ilegais pela fronteira dos EUA com o México.Sim, patético.Vin Diesel está terrivelmente péssimo, não consegue mudar de expressão.É simplesmente uma estátua.O resto também está tão ruim que não é necessário comentar, acho que é suficiente dizer que um macarrão instântaneo é mais convincente.Eu não sou ator, mas se fosse escalado para um filme provavelmente faria melhor.A direção de Justin Lin é terrível, ele tenta impor um ritmo alucinado ao filme.Mas não funciona nem um pouco.A direção acaba se perdendo em vários momentos, pricipalmente nas cenas de corrida e perseguição.Além disso, ela perde tempo em várias cenas totalmente dispensáveis e erros técnicos grotescos.O roteiro é previsível e repleto de falhas.Exemplo: porque o detetive do FBI O`Conner (Paul Walker) pede três carros sendo que irá utilizar apenas um?E porque ele (O`Conner) cobra um carro de "10 segundos" do Toretto sendo que ele ainda tem dois carros modificados?E na cena inicial em que um caminhão transportando gasolina está aparentemente a uma velocidade de mais 100km/h, quem seria doido o suficiente para fazer isso transportando um combustivel altamente inflamavel?Além disso, o motorista não veria eles pelo retrovisor roubando a carga?E brasileiros falam espanhol?Além é claro de um desfecho simplesmente ridiculo.E sem contar o "super" GPS que os corredores ilegais utilizam, é extremamente risivel!Ao todo o filme é péssimo, com uma direção péssima, elenco horrivel, roteiro ainda mais patético e etc., etc., etc.No mais vale por comédia involuntaria.E só.Nota minima.

domingo, 26 de julho de 2009

Era uma vez na América (Once upon a time in America)

Filme: Era uma vez na América
Título original: Once upon a time in America
Ano de produção: 1983 (lançado em 1984)
Direção: Sergio Leone
Elenco principal: Robert De Niro, James Woods,Treat Williams
Roteiro: Leonardo Benvenuti, Piero De Benardi, Franco Arcalli, Franco Ferrini, Enrico Medioli, Sergio Leone.(Baseado no livro de Harry Grey)
Minutagem: 229 min.
Classificação indicativa: 18 anos

Bom, vinha com grandes expectativas para esse filme.E elas foram amplamente supridas.Não sei nem por onde começar...O filme sem dúvida beira a perfeição da sétima arte.Ok, vamos a sinopse: O filme narra a amizade entre os garotos Noodles e Max, desde o inicio na vida criminosa até o ápice.Nisto conhecemos os personagens, que ficam cada vez mais maduros, junto com o filme.Critica: O filme talvez (leia-se provavelmente) seria um desastre completo se não fosse pelo ótimo elenco, òtimo roteiro, direção fantástica, bela fotografia e magnifica trilha sonora.Vamos começar dissecando a fotografia de Tonino Delli Colli , que tem o belissimo tom sérpia dos anos 30, excessão em algumas (poucas) cenas em que muda para o tom cinzento.Ela também tem um grande contraste claro/escuro em certo momentos.O roteiro está ótimo também, dialogos fortes, diretos e realistas.Realista, talvez essa palavra defina o filme, que tem um grande teor de violência, algo realmente impactante nesse filme.Tratada de forma direta e crua, a violência é utilizada não para mostrar crueldade sem fim como nos dias atuais.Ela constrói e edifica os personagens no decorrer da história.Assim ela não se torna uma desculpa para o sangue na tela, mas sim, necessária.O elenco também dispensa comentários, DeNiro está ótimo como Noodles, sua atuação pode estar meio fria, mas é a essência do personagem.Todo o elenco está de parabens, perfeitos em cada personagem da trama.Além disso, é incrivel como a maquiagem envelheceu os personagens, realmente fantástico, em uma época em que a computação gráfica ainda engatinhava.A trilha sonora de Ennio Morricone é sublime, com a belissima música tema até beatles.Morricone consegue criar toda uma atmosfera ao redor da trama, que embora violenta, nos emociona como poucas e chega a ser tocante.A direção está realmente fantástica, Sergio Leone (que viria a falecer em 1989) se supera mais uma vez em seu último filme.Talvez esse tenha sido o motivo para tal paixão expressada pelo cineasta no filme.Vemos um cuidado especial em cada tomada, cada travelling da câmera, cada movimento da grua.Leone provavelmente tentava fazer história com o seu último filme.E conseguiu.De sua pequena filmografia recheada de westerns à italiana como 'era uma vez no oeste' e 'três homens em conflito'.Leone faz de 'Era uma vez na América' um filme memorável.Com suaves movimentos de câmera, seja no travelling comum ou com o uso da grua(algo que ele sabia fazer), conta a história com uma beleza rara de se ver e com planos absolutamente fantásticos (preste atenção na cena de Noodles já crescido após o encontro com Deborah e violentá-la, em uma cena mágica de Noodles a beira do mar, é como um alivio após a violência.Além, é claro, da imgem dos garotos após o sucesso caminhando pelas ruas de NY com a ponte do Brooklyn ao fundo, é daquelas que não sairão da minha mente tão cedo e muitas outras que não citarei aqui).O diretor faz também um bom uso do zoom, sem aquela mania de efeitos, mas sim de forma simples e elegante.As passagens do tempo também são feitas de forma genial, quase sempre abruptamente.Outra cena que eu devo comentar aqui é a da troca dos bebês, que é tratada de forma inigualável.Leone prepara mais uma genial artimanha:a cena final, que é simplesmente genial, dando a idéia de que tudo (ou quase tudo) não passou de uma "viagem" na mente de um cara drogado!Após isso, nem nos damos conta de que já se passaram mais de três horas e quarenta minutos de filme.Ao fim é inegável a conclusão de que acabamos de ver um dos melhores filmes já feitos sem dúvida.Embora violento (sim, mais do que 'o poderoso chefão' de Coppola) ele não é um filme sobre a máfia.A máfia seria apenas um contexto para a relação entre os amigos.Sem dúvida um filme que merece ser conferido.

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domingo, 12 de julho de 2009

A marca da maldade (Touch of evil)


Filme: A marca da maldade
Titulo original: Touch of evil
Ano de produção: 1958 (reeditado em 1989)
Direção: Orson Welles
Elenco: Charlton Heston, Janet Leigh, Orson Welles
Roteiro: Whit Masterson, Orson Welles
Esses dias tive a oportunidade de rever esse grande clássico criado por Orson Welles, um filme atemporal e indiscutível.Podem achar puro exagero, mas não é.Afinal, Welles foi quem dirigiu nada mais nada menos do que o não menos do que excelente "Cidadão Kane"! (meu filme favorito, em breve estarei comentando sobre ele).O filme se passa na fronteira dos EUA com o méxico, onde um importante político foi morto em uma explosão.O plano inicial do filme é realmente um grande feito, onde temos apenas uma tomada que segue por uma grua (muito bem utilizada) os personagens de Charlton Heston(Vargas, o policial mexicano), Janet Leigh(esposa do policial interpretado por Heston) e o carro do importante político norte-americano.Esse plano-sequência é sem dúvida alguma um dos melhores (e geniais) planos iniciais da sétima arte.Logo Welles da as caras, muito diferente de "Cidadão Kane", Welles esta gordo e sujo, perfeito para o papel do cap. Hank Quinlan (um detetive corrupto que forja as provas para culpar alguém pelo crime) que está de certa forma traumatizado desde que não encontrou o assassino de sua esposa.Welles encarna Quinlan de forma avassaladora e irretocável, sempre com autoridade em cada frame em que aparece e a sua estrondosa voz realça mais a sua personagem.Heston ( que um ano mais tarde faria o oscarizado "Ben-Hur") não está lá essa coisas mas mesmo assim convence.Leigh (que mais tarde seria a protagonista do suspense de Hitchcock ,"Psicose") está razoavel, exagerando um pouco na atuação.O filme está auxiliado pela belíssima fotografia de Russel Metty que realça com louvor o contraste de claro/escuro.O roteiro (adaptado por Welles a partir do livro de Whit Masterson) está ótimo, com diálogos inteligentes e afiados, onde constrói os personagens no decorrer da história de forma que conhecemos cada vez melhor a personalidade de cada personagem que aparece na tela.Porém tudo isso não seria nada sem a fabulosa direção de Welles, que está genial novamente.Utilizando muito de suas técnicas revolucionárias criadas por ele mesmo em "Cidadão Kane", uma direção inventiva que não se perde em momento algum do filme.Sempre com angulos inesperados e meticulosamente estudados a história flui de forma inigualavel.Vemos o talento de Welles na sequencia final da perseguição de Vargas a Quinlan, simplesmente genial e anos-luz de distância das técnicas de hoje.Enfim, um filme marcante e inesquecível que apenas um gênio como Orson Welles faria.Um grande marco e herança do cinema noir (pra quem não sabe vem do francês, se pronunciando nuá.Genêro que se baseia em histórias policiais, popular nas décadas de 30 até meados de 50.Completamente esquecido nos dias atuais) que influenciou grandes diretores (vide Rdley Scott e seu Blade Runner) e fascinou gerações por anos.Um grande e genial filme, se possivel procure, veja e confirme o que eu digo.

Bem vindos ao blog!

Olá, inicio aqui as atividades do blog.Onde estarei comentando sempre que possivel os filmes que assisto e minhas expectativas para os próximos lançamentos.Não espere eu ser bondoso em meus breves comentários (criticas), pois avalio cada segmento do filme com rigorosidade.Aprecio o trabalho de mestres como: Orson Welles, Martin Scorsese, Alfred Hitchcock, John Ford, Billy Wilder, Stanley Kubrick, Charles Chaplin, Federico Fellini, etc., etc., etc. e etc.Além disso estarei também avaliando os filmes com o numero de logos (sim, o famoso reloginho), o número máximo (nota máxima) é 5 logos.Segue abaixo a relação:
5 logos: excelente
4,5 logos: ótimo
4 logos: muito bom
3,5logos: acima da média
3 logos: bom
2,5 logos: razoável
2 logos: não é tão ruim
1,5 logos: ruim
1 logo: muito ruim
0,5 logo: péssimo
0 logo: não é digno de nota alguma

Desde já agradeço sua visita.Até mais!