domingo, 26 de julho de 2009

Era uma vez na América (Once upon a time in America)

Filme: Era uma vez na América
Título original: Once upon a time in America
Ano de produção: 1983 (lançado em 1984)
Direção: Sergio Leone
Elenco principal: Robert De Niro, James Woods,Treat Williams
Roteiro: Leonardo Benvenuti, Piero De Benardi, Franco Arcalli, Franco Ferrini, Enrico Medioli, Sergio Leone.(Baseado no livro de Harry Grey)
Minutagem: 229 min.
Classificação indicativa: 18 anos

Bom, vinha com grandes expectativas para esse filme.E elas foram amplamente supridas.Não sei nem por onde começar...O filme sem dúvida beira a perfeição da sétima arte.Ok, vamos a sinopse: O filme narra a amizade entre os garotos Noodles e Max, desde o inicio na vida criminosa até o ápice.Nisto conhecemos os personagens, que ficam cada vez mais maduros, junto com o filme.Critica: O filme talvez (leia-se provavelmente) seria um desastre completo se não fosse pelo ótimo elenco, òtimo roteiro, direção fantástica, bela fotografia e magnifica trilha sonora.Vamos começar dissecando a fotografia de Tonino Delli Colli , que tem o belissimo tom sérpia dos anos 30, excessão em algumas (poucas) cenas em que muda para o tom cinzento.Ela também tem um grande contraste claro/escuro em certo momentos.O roteiro está ótimo também, dialogos fortes, diretos e realistas.Realista, talvez essa palavra defina o filme, que tem um grande teor de violência, algo realmente impactante nesse filme.Tratada de forma direta e crua, a violência é utilizada não para mostrar crueldade sem fim como nos dias atuais.Ela constrói e edifica os personagens no decorrer da história.Assim ela não se torna uma desculpa para o sangue na tela, mas sim, necessária.O elenco também dispensa comentários, DeNiro está ótimo como Noodles, sua atuação pode estar meio fria, mas é a essência do personagem.Todo o elenco está de parabens, perfeitos em cada personagem da trama.Além disso, é incrivel como a maquiagem envelheceu os personagens, realmente fantástico, em uma época em que a computação gráfica ainda engatinhava.A trilha sonora de Ennio Morricone é sublime, com a belissima música tema até beatles.Morricone consegue criar toda uma atmosfera ao redor da trama, que embora violenta, nos emociona como poucas e chega a ser tocante.A direção está realmente fantástica, Sergio Leone (que viria a falecer em 1989) se supera mais uma vez em seu último filme.Talvez esse tenha sido o motivo para tal paixão expressada pelo cineasta no filme.Vemos um cuidado especial em cada tomada, cada travelling da câmera, cada movimento da grua.Leone provavelmente tentava fazer história com o seu último filme.E conseguiu.De sua pequena filmografia recheada de westerns à italiana como 'era uma vez no oeste' e 'três homens em conflito'.Leone faz de 'Era uma vez na América' um filme memorável.Com suaves movimentos de câmera, seja no travelling comum ou com o uso da grua(algo que ele sabia fazer), conta a história com uma beleza rara de se ver e com planos absolutamente fantásticos (preste atenção na cena de Noodles já crescido após o encontro com Deborah e violentá-la, em uma cena mágica de Noodles a beira do mar, é como um alivio após a violência.Além, é claro, da imgem dos garotos após o sucesso caminhando pelas ruas de NY com a ponte do Brooklyn ao fundo, é daquelas que não sairão da minha mente tão cedo e muitas outras que não citarei aqui).O diretor faz também um bom uso do zoom, sem aquela mania de efeitos, mas sim de forma simples e elegante.As passagens do tempo também são feitas de forma genial, quase sempre abruptamente.Outra cena que eu devo comentar aqui é a da troca dos bebês, que é tratada de forma inigualável.Leone prepara mais uma genial artimanha:a cena final, que é simplesmente genial, dando a idéia de que tudo (ou quase tudo) não passou de uma "viagem" na mente de um cara drogado!Após isso, nem nos damos conta de que já se passaram mais de três horas e quarenta minutos de filme.Ao fim é inegável a conclusão de que acabamos de ver um dos melhores filmes já feitos sem dúvida.Embora violento (sim, mais do que 'o poderoso chefão' de Coppola) ele não é um filme sobre a máfia.A máfia seria apenas um contexto para a relação entre os amigos.Sem dúvida um filme que merece ser conferido.

Visite o novo blog: http://nuclearrats.blogspot.com

domingo, 12 de julho de 2009

A marca da maldade (Touch of evil)


Filme: A marca da maldade
Titulo original: Touch of evil
Ano de produção: 1958 (reeditado em 1989)
Direção: Orson Welles
Elenco: Charlton Heston, Janet Leigh, Orson Welles
Roteiro: Whit Masterson, Orson Welles
Esses dias tive a oportunidade de rever esse grande clássico criado por Orson Welles, um filme atemporal e indiscutível.Podem achar puro exagero, mas não é.Afinal, Welles foi quem dirigiu nada mais nada menos do que o não menos do que excelente "Cidadão Kane"! (meu filme favorito, em breve estarei comentando sobre ele).O filme se passa na fronteira dos EUA com o méxico, onde um importante político foi morto em uma explosão.O plano inicial do filme é realmente um grande feito, onde temos apenas uma tomada que segue por uma grua (muito bem utilizada) os personagens de Charlton Heston(Vargas, o policial mexicano), Janet Leigh(esposa do policial interpretado por Heston) e o carro do importante político norte-americano.Esse plano-sequência é sem dúvida alguma um dos melhores (e geniais) planos iniciais da sétima arte.Logo Welles da as caras, muito diferente de "Cidadão Kane", Welles esta gordo e sujo, perfeito para o papel do cap. Hank Quinlan (um detetive corrupto que forja as provas para culpar alguém pelo crime) que está de certa forma traumatizado desde que não encontrou o assassino de sua esposa.Welles encarna Quinlan de forma avassaladora e irretocável, sempre com autoridade em cada frame em que aparece e a sua estrondosa voz realça mais a sua personagem.Heston ( que um ano mais tarde faria o oscarizado "Ben-Hur") não está lá essa coisas mas mesmo assim convence.Leigh (que mais tarde seria a protagonista do suspense de Hitchcock ,"Psicose") está razoavel, exagerando um pouco na atuação.O filme está auxiliado pela belíssima fotografia de Russel Metty que realça com louvor o contraste de claro/escuro.O roteiro (adaptado por Welles a partir do livro de Whit Masterson) está ótimo, com diálogos inteligentes e afiados, onde constrói os personagens no decorrer da história de forma que conhecemos cada vez melhor a personalidade de cada personagem que aparece na tela.Porém tudo isso não seria nada sem a fabulosa direção de Welles, que está genial novamente.Utilizando muito de suas técnicas revolucionárias criadas por ele mesmo em "Cidadão Kane", uma direção inventiva que não se perde em momento algum do filme.Sempre com angulos inesperados e meticulosamente estudados a história flui de forma inigualavel.Vemos o talento de Welles na sequencia final da perseguição de Vargas a Quinlan, simplesmente genial e anos-luz de distância das técnicas de hoje.Enfim, um filme marcante e inesquecível que apenas um gênio como Orson Welles faria.Um grande marco e herança do cinema noir (pra quem não sabe vem do francês, se pronunciando nuá.Genêro que se baseia em histórias policiais, popular nas décadas de 30 até meados de 50.Completamente esquecido nos dias atuais) que influenciou grandes diretores (vide Rdley Scott e seu Blade Runner) e fascinou gerações por anos.Um grande e genial filme, se possivel procure, veja e confirme o que eu digo.

Bem vindos ao blog!

Olá, inicio aqui as atividades do blog.Onde estarei comentando sempre que possivel os filmes que assisto e minhas expectativas para os próximos lançamentos.Não espere eu ser bondoso em meus breves comentários (criticas), pois avalio cada segmento do filme com rigorosidade.Aprecio o trabalho de mestres como: Orson Welles, Martin Scorsese, Alfred Hitchcock, John Ford, Billy Wilder, Stanley Kubrick, Charles Chaplin, Federico Fellini, etc., etc., etc. e etc.Além disso estarei também avaliando os filmes com o numero de logos (sim, o famoso reloginho), o número máximo (nota máxima) é 5 logos.Segue abaixo a relação:
5 logos: excelente
4,5 logos: ótimo
4 logos: muito bom
3,5logos: acima da média
3 logos: bom
2,5 logos: razoável
2 logos: não é tão ruim
1,5 logos: ruim
1 logo: muito ruim
0,5 logo: péssimo
0 logo: não é digno de nota alguma

Desde já agradeço sua visita.Até mais!