quarta-feira, 14 de abril de 2010

Critica: Bastardos Inglórios (Inglorious Basterds)




Título: Bastardos Inglório
Título Original: Inglorious Basterd
Direção: Quentin Tarantino
Roteiro: Quentin Tarantino
Ano de lançamento: 2009
Duração: 153 min.
Classificação indicativa: 18 anos


Certa vez, Francis Ford Coppola disse* que para fazer uma boa cena de ação ou você opta pelo memorável ou pelo excentrico.Tarantino optou pelo excentrico e faz um ótimo filme.
É de se imaginar que "Inglorious Basterds"(sim, é escrito de forma incorreta mesmo) não é de agradar a todos.Primeiro é pela já esperada sanguinolencia típica de Tarantino.E segundo, a distorção da realidade para o universo imaginário de Tarantino.Eu mesmo imaginei que o filme seria altamente violento, porém, não é tanto assim e não vi justificativas para a classificação indicativa de 18 anos.Poderia ser 16.
O filme (que concorreu ao oscar de melhor filme) tem um ótimo roteiro, longos diálogos, boas situações, surpresas, boa construção de personagens.Enfim, tem tudo.Vale lembrar que esses longos diálogos não deixam o ritmo parar(embora irá decepcionar os fãs de ação frenética) e consegue nos fazer prender a respiração até o ultimo momento.A direção de Tarantino é fantástica, rápida e objetiva.E observa a violencia hora de longe, hora de perto.Aonde podemos ver clara admiração de Tarantino no cinema de Leone, violência rápida e longos diálogos nos lembram dos clássicos "western spaghetti" de Leone.Isso sem contar a trilha sonora composta por Ennio Morricone. Além de utilizar-se de artimanhas exclusivas do cinema para explicar a história, com notas explicativas que dispençam o uso de flashbacks, setas para sinalizar as personagens, até o uso de algo do tipo de raios X.A edição do filme colabora com a direção e deixa-o com um ritmo e timing excepcional.Ainda vale lembrar as ótimas sacadas do roteiro como "agora podemos falar inglês" e um hilário "That`s a bingo!".
Outro ponto forte do filme é a trilha sonora composta pelo lendário Ennio Morricone(grande colaborador de Leone), que já nos faz lembrar dos clássicos western.As atuações são todas boas, com o austriaco Chisthoph Waltz falando 4 idiomas e uma ótima atuação o fazem merecer o Oscar desse ano.Brad Pitt exagera nas caretas, mas não deixa de ser engraçado o seu sotaque italo-americano.
Enfim, um ótimo filme, inesquecivel.Já o vi duas vezes e pretendo reve-lo mais.


*fonte: Comentarios de Coppola nos extras da trilogia em dvd/blu-ray de 'o poderoso chefão'.




Critica: Cidadão Kane (Citizen Kane)


Título: Cidadão Kane

Título original: Citizen Kane

Direção: Orson Welles

Roteiro: Orson Welles, Herman J. Mankievicz

Ano de lançamento: 1941

Duração: 119min.

Classificação indicativa: 12 anos

Sim.A obra-prima de Orson Welles.A obra máxima do cinema.
Assim podemos definir este que pode ser considerado o filme que criou o cinema moderno.Revolucionário em todos os aspectos: o primeiro filme em que o teto foi filmado, o primeiro filme a ser contado de forma não linear, o primeiro filme a utilizar lentes especiais em que objetos em primeiro e segundo plano ficam em foco(fato repetido por Kubrick em 'Nascido para matar') e várias outras.
Welles com apenas 26 anos criou o que é até o momento a obra máxima do cinema.Se você duvida, direi o por que: Cidadão Kane além de toda a revolução que fez, ainda conta com uma direção genial de Welles, dinâmica e que impõe um ritmo certo para cada cena (mérito da edição) além é claro de todo simbolismo imposto por ele nas imagens que permitem amplas interpretações, quase sempre utilizando-se da sombra claro/escuro (herança do cinema expressionista alemão nos anos 20) de forma sem igual.A direção ainda ganha méritos por ótimos posicionamento de câmeras e grande direção de atores.
Nas atuações o destaque vai para Welles em uma atuação monstruosa no papel do próprio Kane, que altera momentos de drama, fúria e superioridade em grande estilo.A cena do discurso de Kane para governador é impressionante a força transmitida pelo ator/diretor que é realmente assombrosa.Uma das mais memoráveis atuações do cinema junto com Marlon Brando em 'uma rua chamada pecado' de Elia Kazan, sem dúvida alguma .O resto das atuações estão boas a exceção de algumas fracas.Mas que não alteram em nada.
O roteiro(Welles e Mankiewicks) é outro grande mérito, com uma ótima trama, diálogos impecáveis e resolve o grande mistério do filme apenas nos últimos 30 segundos.Genial.Porém simples.Mas inesperado.O filme ainda conta com uma boa trilha sonora composta por Bernard Herrman, sem dúvida alguma um dos maiores compositores de todos os tempos.
O filme que concorreu na 14ª edição do Oscar concorreu a 8 premios incluindo melhor filme, direção, ator, roteiro entre outros.Ganhou o de roteiro.Mas vale lembrar que a premiação foi manipulada por um magnata da comunicação que processou Welles por achar o filme parecido com a sua vida.Mas, como dizem, o tempo faz justiça a arte e hoje cidadão Kane é considerado por muitos (inclusive eu) o maior filme de todos os tempos.